A BYD acaba de criar outro case de sucesso estrondoso no mercado chinês. O Ti7, SUV híbrido plug-in familiar apresentado em setembro de 2025, alcançou a impressionante marca de 50 mil unidades vendidas em apenas 80 dias, consolidando-se como um dos PHEVs de crescimento mais rápido da China. O feito foi comemorado publicamente por Xiong Tianbo, gerente-geral da divisão Fang Cheng Bao da BYD, em postagem no Weibo que viralizou entre entusiastas automotivos.
Agora, a montadora chinesa está levando o Ti7 para mercados internacionais, começando pela Tailândia no Salão de Bangcoc 2025. Com design robusto, tecnologia de ponta e preços competitivos, o modelo promete replicar seu sucesso em outros países — e pode até chegar ao Brasil nos próximos anos.
50 mil em 80 dias: os números que impressionam
Vamos aos fatos que explicam por que o Ti7 está sendo chamado de “fenômeno de vendas” na China. Lançado oficialmente no início de setembro de 2025, o SUV atingiu 50 mil unidades vendidas em menos de três meses — uma velocidade rara até para os padrões agressivos do mercado chinês.
Para colocar em perspectiva, isso significa uma média de 625 unidades vendidas por dia desde o lançamento. São números que muitos modelos levam anos para alcançar, e o Ti7 conseguiu em apenas 80 dias.
Os dados oficiais mostram que entre setembro e outubro foram entregues 28.152 unidades. Isso significa que em novembro sozinho, mais de 21.850 unidades chegaram às mãos dos consumidores — um crescimento exponencial que demonstra aceitação massiva do público.
O que é o BYD Ti7 e por que virou sucesso
Na China, o modelo é vendido sob o nome Fang Cheng Bao Ti7 — que pode ser traduzido como “Titanium 7” ou “Titânio 7” — pela submarca Fang Cheng Bao da BYD, focada em SUVs premium com capacidades off-road.

O Ti7 é oferecido em quatro versões, com preços entre 179.800 e 219.800 yuans (aproximadamente R$ 130 mil a R$ 160 mil na conversão direta, sem impostos). É um posicionamento estratégico: mais acessível que SUVs premium europeus, mas com tecnologia e equipamentos comparáveis.
Dimensões robustas:
- Comprimento: 4.999 mm (praticamente 5 metros)
- Largura: 1.995 mm (quase 2 metros)
- Altura: 1.865 mm
- Entre-eixos: 2.920 mm (espaço interno generoso)
Com essas medidas, o Ti7 é significativamente maior que SUVs compactos e compete diretamente no segmento de SUVs médios familiares, onde conforto e espaço são prioridades.
Tecnologia de dar inveja: 7 telas e 483 cv
O interior do Ti7 é um verdadeiro show de tecnologia que justifica o apelido de “SUV do futuro”. Prepare-se para o número impressionante: 7 telas digitais integradas ao cockpit.

As sete telas incluem:
- Central multimídia de 15,6 polegadas (touchscreen)
- Painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas
- Head-up display (HUD) de 26 polegadas projetado no para-brisa
- Duas telas menores para controle do ar-condicionado
- Dois tablets BYD de 13 polegadas para passageiros traseiros
Além das telas, o modelo traz teto panorâmico de vidro, sistema de som premium com 20 alto-falantes, iluminação ambiente personalizável, carregador de celular sem fio e até geladeira embutida de 4,5 litros nas versões superiores.
O espaço interno comporta até 45 compartimentos de armazenamento, e o porta-malas pode expandir para impressionantes 1.880 litros com os bancos traseiros rebatidos — perfeito para famílias ou quem precisa carregar muita bagagem.
Sistema híbrido DM 5.0: potência e autonomia
Sob o capô, o Ti7 utiliza o sistema híbrido plug-in de quinta geração da BYD, o DM 5.0. A configuração combina motor 1.5 turbo a combustão entregando 154 cv com dois motores elétricos que, somados, geram potência combinada de 483 cv.
São números de superesportivo aplicados a um SUV familiar. A aceleração de 0 a 100 km/h leva apenas 4,5 segundos na versão topo de linha AWD Ultra com tração integral. É mais rápido que muitos esportivos puros.
A bateria de fosfato de ferro-lítio (LFP) tem capacidade generosa de 35,6 kWh, garantindo autonomia elétrica pura de até 190-200 km no ciclo CLTC chinês (equivalente a aproximadamente 150-160 km no ciclo WLTP europeu).
Três opções de autonomia elétrica:
- Versão RWD Pro (tração traseira): 135 km
- Versão RWD Max (tração traseira): 200 km
- Versões AWD (tração integral): 190 km
Mesmo quando a bateria acaba, o motor a combustão entra como gerador, garantindo autonomia praticamente ilimitada. É a combinação perfeita entre elétrico para o dia a dia urbano e híbrido para viagens longas.
Capacidade off-road surpreendente
Diferente de SUVs urbanos que apenas fingem ter vocação aventureira, o Ti7 foi projetado com capacidades off-road reais. Os números de geometria comprovam:
- Ângulo de ataque: 24°
- Ângulo de saída: 25°
- Capacidade de vadear água: 600 mm (mais de meio metro)
Essas especificações colocam o Ti7 em território de SUVs genuinamente preparados para trilhas e terrenos difíceis. A suspensão dianteira de braços duplos e traseira multilink de cinco braços, combinada com o sistema inteligente de controle de carroceria DiSus-C da BYD, garante conforto em estradas e competência fora delas.
Um detalhe impressionante: o sistema de controle de estabilidade de pneus (TSC) permite que o veículo continue rodando por até 30 km a 80 km/h mesmo após um pneu furar completamente. É segurança ativa de alto nível.
Versão global estreia na Tailândia
O Ti7 foi oficialmente apresentado ao público internacional durante o Salão de Bangcoc 2025, na Tailândia, marcando o início da expansão global do modelo. A BYD está confiante de que o sucesso chinês pode ser replicado em outros mercados emergentes.
Na Tailândia, o modelo está sendo posicionado como “Urban SUV” — SUV urbano com capacidades superiores — competindo com Toyota Fortuner híbrido, Mitsubishi Pajero Sport e outros SUVs médios populares no sudeste asiático.
A estratégia da BYD é clara: validar o modelo em mercados regionais antes de expandir para Europa, América Latina e outros continentes. Se a aceitação for positiva, podemos ver o Ti7 chegando ao Brasil já em 2026 ou 2027.
Por que o Ti7 faz tanto sucesso na China?
A combinação de fatores explica o fenômeno:
1. Preço competitivo: Entre R$ 130 mil e R$ 160 mil, é mais acessível que SUVs premium europeus com equipamentos similares.
2. Tecnologia abundante: Sete telas, 20 alto-falantes, HUD gigante, tablets traseiros — é um nível de tech raramente visto em SUVs dessa faixa.
3. Autonomia elétrica real: 200 km de alcance elétrico puro permitem usar o carro toda semana sem acionar o motor a combustão.
4. Performance impressionante: 483 cv e 0-100 km/h em 4,5 segundos rivalizam com esportivos puros.
5. Espaço familiar: Cinco lugares confortáveis, 1.880 litros de porta-malas e 45 compartimentos de armazenamento.
6. Capacidade off-road genuína: Não é apenas SUV de shopping — pode enfrentar trilhas de verdade.
Como o Ti7 se compara aos rivais
No mercado chinês, o Ti7 compete diretamente com modelos como Li Auto L7, Nio ES7, Xpeng G9 e até o próprio Denza D9 (submarca premium da BYD). Comparado a esses rivais, o Ti7 oferece melhor custo-benefício, especialmente em tecnologia embarcada e autonomia elétrica.
Se chegasse ao Brasil com preços proporcionais (algo entre R$ 250 mil e R$ 300 mil após impostos), competiria com Jeep Compass híbrido, Toyota Corolla Cross híbrido e até BMW X1 híbrido — mas oferecendo muito mais tecnologia e autonomia elétrica.
E se vier para o Brasil?
A possibilidade de o Ti7 desembarcar no Brasil é real, mas ainda não confirmada oficialmente. A BYD tem investido pesadamente no mercado brasileiro, com fábrica em Camaçari produzindo o Dolphin Mini e planos de ampliar o portfólio local.
Um SUV híbrido plug-in do porte do Ti7, com tecnologia de ponta e autonomia elétrica superior a 150 km, preencheria uma lacuna importante no mercado brasileiro. Atualmente, as opções de SUVs híbridos plug-in no país são limitadas e caras.
Se a BYD decidir produzi-lo localmente ou importá-lo com preços competitivos (na faixa de R$ 250 mil a R$ 280 mil), o Ti7 poderia repetir aqui o sucesso do Dolphin Mini: democratizar uma tecnologia que antes era restrita a poucos.
O futuro dos híbridos plug-in está na China
O sucesso do Ti7 reforça uma tendência clara: a China não está apenas liderando na produção de elétricos puros, mas também nos híbridos plug-in, que combinam o melhor dos dois mundos.
Com mais de 51% das vendas chinesas já sendo de veículos eletrificados (elétricos + híbridos), montadoras como BYD estão anos-luz à frente das tradicionais europeias e americanas em desenvolvimento de tecnologias PHEV eficientes e acessíveis.
O Ti7 é apenas mais um exemplo de como a indústria automotiva chinesa está ditando o ritmo da transição energética global. E para nós, consumidores, isso significa acesso futuro a tecnologias avançadas por preços cada vez mais democráticos.
E você, gostaria de ver o BYD Ti7 chegando ao Brasil? Com qual preço você acha que ele seria competitivo aqui? Compartilhe sua opinião nos comentários!



