A Geely acabou de fazer história no mercado brasileiro de veículos elétricos. Com apenas dois modelos em portfólio — o compacto EX2 e o SUV EX5 —, a marca chinesa alcançou a vice-liderança geral entre as montadoras que mais vendem elétricos no país, ficando atrás apenas da poderosa BYD. Com 985 unidades emplacadas em novembro e impressionantes 13,68% de participação de mercado, a Geely superou gigantes tradicionais como Volvo, GM e Renault, consolidando-se como a nova força disruptiva da eletrificação nacional.
O grande protagonista desse feito? O Geely EX2, que emplacou 835 unidades em seu primeiro mês (ainda incompleto) de vendas, conquistando de cara o segundo lugar no ranking de modelos elétricos mais vendidos e desbancando o BYD Dolphin, que ocupava essa posição há meses consecutivos.
EX2 faz a Geely triplicar vendas em um único mês
Os números de novembro impressionam pela velocidade da transformação. A Geely registrou 985 veículos elétricos emplacados, sendo 835 unidades do EX2 e 150 do EX5. Para colocar em perspectiva: em outubro, a marca havia registrado apenas 265 unidades no total.

Isso significa que a Geely:
- Triplicou as vendas de outubro (265) para novembro (985)
- Aumentou o volume em 272% em apenas um mês
- Conquistou 13,68% do mercado de elétricos brasileiro
O salto é espetacular e confirma que o EX2 acertou em cheio no posicionamento: compacto urbano, tecnologia generosa, autonomia suficiente e preço agressivo que compete diretamente com os best-sellers da BYD.
Ranking de marcas: Geely na vice-liderança
Segundo dados oficiais da Fenabrave, o ranking de marcas que mais venderam veículos elétricos no Brasil em novembro ficou assim:
Top 10 marcas de elétricos em novembro/2025:
PosiçãoMarcaUnidadesParticipação1ºBYD4.48562,27%2ºGeely98513,68%3ºVolvo3504,86%4ºGM (Chevrolet)2443,39%5ºRenault2964,11%6ºGWM2142,97%7ºGAC--8ºBMW--9ºOmoda & Jaecoo--10ºJAC Motors--
A BYD segue imbatível com mais de 60% do mercado, mas o que chama atenção é a Geely conquistar sozinha quase 14% do bolo com apenas dois modelos, enquanto marcas tradicionais europeias como Volvo e BMW ficaram com fatias menores mesmo tendo portfólios mais amplos.
Top 10 modelos: EX2 já é vice-líder
No ranking de modelos individuais, a estreia do Geely EX2 causou um terremoto. O compacto chegou direto ao segundo lugar, quebrando uma sequência de meses em que o BYD Dolphin tradicional ocupava essa posição.
Top 10 elétricos mais vendidos em novembro/2025:
- BYD Dolphin Mini: 2.881 unidades (39,8% – líder isolado)
- Geely EX2: 835 unidades (11,6% – estreia no pódio)
- BYD Dolphin: 802 unidades (11,1% – caiu para 3º)
- BYD Yuan Pro: 340 unidades
- BYD Seal: 327 unidades
- Renault Kwid E-Tech: 296 unidades
- Chevrolet Spark EUV: 244 unidades
- GWM Ora 3: 214 unidades
- Volvo EX30: 180 unidades
- Geely EX5: 150 unidades
O detalhe crucial: o EX2 precisou de apenas 16 dias úteis de vendas (chegou às lojas no final de outubro) para superar o Dolphin tradicional, que estava há meses consolidado como segundo colocado. É uma performance de estreia raramente vista no mercado brasileiro.
Geely EX2: o que explica o fenômeno
O sucesso imediato do EX2 não é coincidência. A Geely acertou em múltiplos aspectos cruciais que fazem a diferença na decisão de compra:
1. Preço agressivo que compete com a BYD
Com valores a partir de R$ 119.990 (versão PRO) e R$ 135.100 (versão MAX), o EX2 se posiciona estrategicamente abaixo do BYD Dolphin tradicional, que parte de R$ 149.990, e ligeiramente acima do Dolphin Mini (R$ 115.800).
Essa precificação é cirúrgica: ataca simultaneamente dois modelos best-sellers da BYD, oferecendo mais espaço que o Dolphin Mini e preço mais acessível que o Dolphin tradicional.
2. Autonomia adequada para o urbano
Com 289 km de autonomia no ciclo Inmetro (medição brasileira mais rigorosa), o EX2 entrega alcance suficiente para a maioria dos usuários urbanos que rodam entre 30 e 50 km por dia.
Para comparação:
- Dolphin Mini: 210 km (Inmetro)
- Dolphin tradicional: 291 km (Inmetro)
- Geely EX2: 289 km (Inmetro)
Praticamente empata com o Dolphin tradicional por preço R$ 30 mil menor.
3. Espaço interno surpreendente
Com 4,13 metros de comprimento e 1,58 metro de altura, o EX2 é compacto externamente mas oferece espaço interno generoso. O destaque fica para o porta-malas: impressionantes 1.320 litros com bancos traseiros rebatidos — volume superior a muitos SUVs médios.
4. Segurança completa
Diferente de alguns elétricos de entrada que economizam em segurança, o EX2 traz 6 airbags de série, freios a disco nas quatro rodas e pacote atualizado de sistemas de assistência à condução (ADAS).
5. Motor adequado para o urbano
Motor elétrico traseiro de 116 cv e 15,3 kgfm de torque garante aceleração de 0-100 km/h em aproximadamente 10 segundos — performance mais que suficiente para uso urbano e até mesmo viagens rodoviárias ocasionais.
Sucesso global: líder na China
O desempenho no Brasil reflete a trajetória internacional do modelo. Na China, o EX2 (vendido como Galaxy E5) conquistou a posição de carro mais vendido do país em seu primeiro ano, com mais de 400 mil unidades comercializadas.
Quando um modelo vende 400 mil unidades na China — o maior e mais competitivo mercado automotivo do mundo —, é sinal de que o produto foi validado em escala massiva. Não é um experimento arriscado, mas uma fórmula comprovadamente vencedora sendo replicada em outros mercados.
BYD mantém hegemonia, mas vê concorrência crescer
Apesar do avanço da Geely, a BYD segue dominante. Com 4.485 elétricos emplacados em novembro, a marca chinesa conquistou 62,27% de participação — ou seja, mais de 6 em cada 10 elétricos vendidos no Brasil ainda são BYD.
Além disso, a BYD colocou cinco modelos no top 10 (Dolphin Mini, Dolphin, Yuan Pro, Seal e mais um), demonstrando força de portfólio que nenhuma outra marca consegue igualar no segmento de elétricos.
Mas o crescimento da Geely acende um sinal de alerta: pela primeira vez em muito tempo, uma marca consegue crescer significativamente em elétricos sem ser a BYD. Isso indica que o mercado está amadurecendo, com consumidores dispostos a experimentar alternativas quando o custo-benefício é atrativo.
Marcas tradicionais no top 10: Volvo, GM e Renault resistem
Um ponto interessante do ranking é a presença de marcas europeias e americanas tradicionais entre as top 10:
Volvo (3º lugar): Com o EX30, a marca sueca conquistou 350 unidades e 4,86% de participação, mostrando que existe mercado para elétricos premium europeus no Brasil.
GM/Chevrolet (4º lugar): Impulsionada pelo Spark EUV (244 unidades), a General Motors mantém presença relevante nos elétricos compactos acessíveis.
Renault (5º lugar): O Kwid E-Tech emplacou 296 unidades, confirmando que a versão elétrica do best-seller popular encontrou seu público.
Esse mix de marcas chinesas e tradicionais no top 10 mostra um mercado de elétricos cada vez mais diversificado e competitivo, o que é positivo para os consumidores.
O que vem por aí: mercado aquece ainda mais em 2026
Com o sucesso do EX2 e a confirmação da parceria Renault-Geely no Brasil, a expectativa é de mais lançamentos elétricos em 2026. A Geely já anunciou que trará novos modelos, possivelmente incluindo SUVs maiores e até sedãs elétricos para brigar em outras categorias.
A BYD, por sua vez, não ficará parada. A marca tem pelo menos seis novos modelos confirmados para 2026, incluindo o Seal U (SUV médio) e versões renovadas dos atuais best-sellers.
Outras marcas chinesas como GWM, JAC e Omoda & Jaecoo também devem intensificar lançamentos, enquanto marcas tradicionais como Fiat, Volkswagen e Toyota finalmente começarão a trazer seus elétricos globais ao Brasil.
O cenário para 2026 é de disputa acirrada, mais opções para o consumidor e preços cada vez mais competitivos — exatamente o que o mercado brasileiro de elétricos precisa para finalmente decolar.
Produção local no horizonte
Outro fator importante para o futuro da Geely no Brasil é a produção local. A marca confirmou que o Geely EX5 híbrido plug-in será o primeiro modelo produzido no Brasil pela parceria Renault-Geely, com início da produção previsto para 2026 na fábrica de Curitiba.
Se o EX2 também entrar na linha de produção nacional (ainda não confirmado oficialmente), os preços podem cair ainda mais, tornando a marca ainda mais competitiva frente à BYD e outras concorrentes.
Conclusão: o mercado de elétricos entrou em nova fase
A conquista da vice-liderança pela Geely com apenas dois modelos marca uma nova era do mercado brasileiro de elétricos. Não é mais um monopólio da BYD com alternativas tímidas — é um mercado competitivo com múltiplos players disputando cada posição.
Para o consumidor brasileiro, isso significa: ✅ Mais opções de modelos ✅ Preços mais competitivos ✅ Tecnologias cada vez mais avançadas ✅ Concorrência saudável que beneficia quem compra
O Geely EX2 provou que é possível chegar e desbancar modelos estabelecidos quando o produto é bom, o preço é justo e o momento é certo. Agora é aguardar dezembro e o início de 2026 para ver se essa tendência se consolida ou se foi apenas um pico momentâneo.
E você, já considerou o Geely EX2 como alternativa ao BYD Dolphin? Qual fator mais pesa na sua decisão: preço, marca ou tecnologia? Compartilhe nos comentários!


