Montadora chinesa expande planos e estuda segunda fábrica para atender crescimento de vendas
A GWM está revendo seus planos para a fábrica de Iracemápolis (SP) após demanda acima do esperado por picapes e SUVs de luxo. A montadora chinesa, que inaugurou a unidade em agosto de 2025, já estuda a construção de uma segunda planta no Brasil para ampliar capacidade produtiva e acelerar a nacionalização de componentes.
Números que surpreenderam
A fábrica brasileira começou operando com três modelos: os SUVs Haval H6 e H9, além da picape Poer P30. A expectativa inicial era produzir 30 mil unidades até o final de 2026, mas a alta procura já força a empresa a revisar essas metas para cima.
O Haval H6 mantém liderança entre os SUVs híbridos do país com mais de 25 mil unidades vendidas em 2024. Em julho de 2025, a marca atingiu marca de 3,5 mil veículos comercializados em um único mês, consolidando crescimento consistente mês a mês.
Segunda fábrica em análise
Segundo Ricardo Bastos, diretor de Relações Institucionais da GWM Brasil, a decisão sobre nova unidade será definida a partir de 2026. Estados como Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo já disputam a instalação, oferecendo benefícios fiscais e estruturais.
O plano inclui construir fábrica focada em modelos estratégicos, como SUV compacto e picape baseada em plataforma múltipla. A empresa quer atingir 35% de nacionalização até 2027, exigência para exportações ao Mercosul, e pretende produzir baterias localmente na segunda fase de investimentos.
Picape Poer puxa vendas no interior
A GWM identificou forte demanda no interior do Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. A picape Poer P30, com motor 2.4 turbodiesel de 190 cv e versão híbrida plug-in de 408 cv, está conquistando produtores rurais e profissionais do agronegócio.
O modelo compete diretamente com Toyota Hilux e Ford Ranger, oferecendo robustez com tecnologia avançada. A versão híbrida promete autonomia combinada de até 1.000 km com bateria e tanque cheios.
Haval H9 mira no SW4
O SUV de sete lugares Haval H9 chegou para disputar mercado dominado pelo Toyota SW4. Com construção de carroceria sobre chassi e longarinas, o modelo compartilha motorização com a Poer e tem como diferencial o acabamento premium a preços mais competitivos.
Inicialmente disponível apenas a diesel, o H9 atende demanda do interior onde a infraestrutura de recarga elétrica ainda é limitada. Versões híbridas estão previstas para o futuro.
Wey 07 enfrenta marcas premium
O SUV de luxo Wey 07, já em produção na fábrica brasileira, representa a aposta da GWM no segmento premium. Com motor híbrido plug-in e acabamento refinado, o modelo compete diretamente com Mercedes-Benz, Audi e BMW.
O lançamento reforça estratégia da marca de atuar em múltiplos segmentos, desde veículos populares até modelos de luxo.
Investimento de R$ 10 bilhões
A GWM confirmou investimentos totais de R$ 10 bilhões no Brasil até 2032. A primeira fase, com R$ 4 bilhões até 2026, contempla aquisição e modernização da fábrica, contratação de pessoal e criação de centro de pesquisa e desenvolvimento.
A segunda fase, com R$ 6 bilhões entre 2027 e 2032, focará em expansão, geração de empregos e desenvolvimento de veículos com tecnologia global. A montadora também criou o primeiro Centro de P&D na América do Sul, com mais de 60 engenheiros trabalhando em tecnologia flex.
Meta de 58 mil carros em 2026
Para 2026, a GWM estabeleceu objetivo ousado de vender 58 mil veículos no Brasil. A meta representa crescimento significativo em relação aos volumes atuais e será suportada pela expansão da rede de concessionárias, que saltará das atuais 130 para 150 lojas.
A empresa também promete 12 lançamentos ao longo de 2026, incluindo o aguardado Haval H4, SUV médio-compacto com potencial para ser o modelo mais vendido da marca no país.
Exportações para América Latina
Após consolidar produção local, a GWM planeja usar o Brasil como hub de exportação para Argentina, Chile, Paraguai e Peru. Para isso, precisa nacionalizar 60% da produção até 2028, meta que considera factível com os investimentos programados.
A fábrica de Iracemápolis já recebeu certificação ISO 9001:2015 antes mesmo de iniciar produção, sendo a primeira montadora no Brasil a conquistar o selo nessas condições.
A GWM vai conseguir bater essas metas ambiciosas? Comente sua opinião!
